quarta-feira, 27 de abril de 2011

Na sua garupa

“Eu subia na garupa de sua moto, abraçava teu corpo e você acelerava para o nada.
Cruzávamos as dores, as brigas, as lágrimas. Roubávamos os olhares, as cenas, os momentos. Agregávamos felicidade, sorrisos e abraços.
Era ali em sua garupa que eu sentia a brisa, sentia o mundo, sentia você.
Mas um dia sua moto parou. Você me pediu para descer, me olhou nos olhos, acelerou e partiu para o nada, para o sempre, para as dúvidas e para o medo.
Por muitas vezes fiquei acompanhada apenas da falta da sua garupa, do barulho da moto, do calor do seu corpo.
Eu admito, procurei outras motos, outras garupas, outros corpos. E não demorei a entender que não encontraria nada parecido com o que sentimos, com o que vivemos.
E a lembrança da sua garupa foi o que restou para mim!”

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Distante

Meu coração está distante
Minha alma dispersa
Acorrentada
Em uma caixa inteira branca
Rodeada de falso amor

Estão me apagando
Arrancando dolorosamente
Cada pedaço
Me sufocando
Com seus argumentos sem fundamentos
Com sua fumaça toxica

Meu coração está distante
Como um turista longe de sua terra
Sem um lugar para chamar de casa
Minha alma esta dispersa
Translucida
Clamando por paz

Estão me apagando
Com suas falsas verdades
Em meio a uma hipocrisia sem fim
Estão me sufocando
Com sua fumaça toxica
Com esse amor mentiroso

Mas salve suas lagrimas
Não vale a pena
Salve suas lagrimas
Como um turista longe de sua terra
Sem um lugar para chamar de casa
Salve suas lagrimas

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Vamos Jogar

Jogue os dados
Vamos brincar de apostar o coração
Já estou cansado de senti-lo batendo
Já estou cansado de senti-lo vivo dentro de mim

Jogue os dados
Vamos brincar de nadar sangrando em mar aberto
Vamos brincar de apostar em qual tubarão chegará primeiro
Para estraçalhar nossa dor sob a luz do luar
Para estraçalhar nossas tristezas ao vento

Jogue os dados
Pois já cansei de ser manipulado
Maldado como massinha de brincar
Jogue os dados
E deixe a sorte nos levar por esse oceano de corpos
Ajoelhadas em preces a Deus

Jogue os dados
Para que posemos seguir nosso caminho
Pois ainda existem milhares de milhas para percorrer
Mas não se esqueça da sua venda para os olhos
Para que você não veja o rosto do ladrão


Jogue os dados
Vamos brincar de apostar nossos corações
Pedaços vazios de carne
Pedaços vazios de sentimentos

Jogue os dados
Para que posemos soltar nossos corpos
Sentindo-se como na gravidade do espaço
Sem peso
Sem dor
Sem alma

Jogue os dados

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Uma brisa de tristeza

Silêncio
Uma vida sem cores
Silêncio
Uma vida sem flores
Sem odores
E quando tudo é silêncio
Eu sou o barulho
Sem fim
Que nunca se cala
Que nunca se cansa

Silêncio
Uma vida sem doces
Silêncio
Uma vida sem amores
Sem dores
E quando tudo parece se encaixar
Eu preciso de um inimigo para continuar
E quando tudo parece se encaixar
Eu preciso de um objetivo
Que nunca vou alcançar

Olho para o céu
Tentando te encontrar
Entre tantas estrelas
Entre tantas dúvidas
Entre tantos sons
Olho para o céu

Silêncio
Uma vida sem cores
Silêncio
Uma vida sem dores
Sem amores
E quando tudo começa a se encaixar
Eu sou a bomba
Que nunca falha
Que nunca explodirá
Silêncio
Silêncio