quarta-feira, 27 de abril de 2011

Na sua garupa

“Eu subia na garupa de sua moto, abraçava teu corpo e você acelerava para o nada.
Cruzávamos as dores, as brigas, as lágrimas. Roubávamos os olhares, as cenas, os momentos. Agregávamos felicidade, sorrisos e abraços.
Era ali em sua garupa que eu sentia a brisa, sentia o mundo, sentia você.
Mas um dia sua moto parou. Você me pediu para descer, me olhou nos olhos, acelerou e partiu para o nada, para o sempre, para as dúvidas e para o medo.
Por muitas vezes fiquei acompanhada apenas da falta da sua garupa, do barulho da moto, do calor do seu corpo.
Eu admito, procurei outras motos, outras garupas, outros corpos. E não demorei a entender que não encontraria nada parecido com o que sentimos, com o que vivemos.
E a lembrança da sua garupa foi o que restou para mim!”

Nenhum comentário:

Postar um comentário