quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O sol

Eu queria ser o sol
Para te esquentar nos dias que se sentisse só
Eu queria ser o sol
Para ser único
E onde quer que você fosse eu estivesse por perto
E mesmo nos dias chuvosos ou nublados
Você saber que serei seu para sempre

Eu queria ser o sol
Para iluminar os seus dias
Eu queria ser o sol
Para te fazer brilhar
E me sentir bem ao ser refletido na sua pele
Me sentir completo ao ser refletido no seu sorriso

Eu queria ser o sol
Para nunca deixar de brilhar para você
Eu queria ser o sol
Que aquecesse seu coração
E a cada novo dia renovar as suas forças
Para nunca te deixar pra baixo

Eu queria ser o sol
Para brilhar, brilhar, brilhar
Onde quer que você esteja
Eu queria ser o sol

Eu queria ser o sol
Para que mesmo de longe
Pudesse te admirar
Eu queria ser o sol
Para que sempre dependesse de mim

Eu queria ser o sol
Para brilhar, brilhar, brilhar
Onde quer que você esteja
Eu queria ser o sol
Para que mesmo nos dias chuvosos ou nublados
Você saiba que serei seu para sempre

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Esperando por Ele

Ela estava lá, esperando por ele.

Eles não tinham marcado encontro, nem se falavam a vários e vários dias.

Mas ali era o barzinho que ele freqüentava sempre e ela estava a esperá-lo.

Várias pessoas começavam a chegar, a banda já instalava seus instrumentos e o nervosismo em seu rosto era aparente.

Ela pediu uma caipirinha de morango, comprou seu cigarro (vicío adquirido à pouco tempo devido ao nervosismo) e foi fumar na entrada do bar.

'Se ele passar na rua verá que estou aqui e parará!', pensou.

A música começou a tocar, as pessoas conversavam cada vez mais alto, algumas até dançavam, a noite já tinha caído completamente.

O copo de caipirinha já havia se esvaziado há muito tempo e seus cigarros já estavam pela metade quando ele finalmente chegou.

Olhou para ela como se fosse uma pessoa qualquer, como ele sempre olhava.

Cumprimentou-a, sorriu para os amigos e foi se sentar com eles.

O mundo dela caiu naquele instante.

Ela havia alisado os cabelos, colocado um lindo vestido, se maquiado impecavelmente. Estava sentada naquele maldito barzinho a noite inteira e ele simplesmente não a notou.

Ela sentiu vontade de quebrar o copo vazio, de chamar sua atenção, de gritar: 'Eu sempre estive aqui, porque é tão dificil notar?'

Mas na verdade, não fez nada. Ele tinha o poder de fazê-la passar por cima de tudo por ele, ele tinha o poder de fazê-la aceitar tudo, ele tinha o poder de fazê-la sorrir como ninguém e ao mesmo tempo, ele tinha o poder de fazê-la se sentir um lixo.

Ela ficou ali sentada pelo resto da noite, bebendo caipirinhas, sentindo raiva de si mesmo, sentindo raiva dele e de todos ao seu redor.

Pela primeira vez ela se permitiu sentir raiva.


(Para todos que ainda se permitem sentir, seja lá qual for o sentimento!)

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Tão Leve

O corpo já não suportava a intensidade da alma
Seus olhos já não enxergavam essa realidade
Esse mundo já não era o bastante
Sentia seu corpo pesado demais
Se enraizando ao chão

Deixe me partir
Para um lugar distante
Voar sobre os montes verdes
Sob um céu azul sem fim

O corpo já não suportava a intensidade da alma
E todos ao redor percebiam o pulsar de energia
Todos percebiam a luz que ele emanava
Todos viam suas asas invisíveis

Deixe me partir
Tão leve quanto o vento
Tão livre
Sem destino
Apenas voando

O corpo já não suportava a intensidade da alma
Ele precisava tocar as estrelas
Ir além do que a noite proporcionava
Ele precisava tocar o sol
Pois sentia que iria explodir
Esse mundo já não era o bastante

Deixe me partir
Para um lugar distante
Voar sobre os montes verdes
Sob um céu azul sem fim
Deixe me partir
Tão leve quanto o vento
Tão livre
Sem destino
Apenas voando
Sob um céu azul sem fim
Sob um céu azul sem fim

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Tres anos depois

“Já haviam se passados exatos três anos. Exatamente hoje ela, às quatro e meia da madrugada, estava se lembrando de onde estava e como foi à madrugada deste dia, três anos atrás.
Sentada em sua sala escura, sozinha, tomando um copo de chocolate quente ela refletia sobre todas as coisas que haviam ocorrido desde então.
‘O mundo da voltas!’ pensou consigo.
Ela lembrou-se das baladas, das ressacas, dos namorados (nada que ela pudesse chamar de namoro serio), das noites que não dormia e principalmente das tantas noites que adormecia depois de longas horas de choro silencioso.
Hoje ela podia se lembrar de tudo isso com tranqüilidade, essas coisas já não doíam mais. Seu coração já se considerava cicatrizado e talvez sua confiança no sexo masculino tivesse se restaurado por completo. Ela já podia dizer para si mesma que tudo isso foi uma fase estranha e dolorida que lhe trouxe amadurecimento, mas ela só podia enxergar isso atualmente.
Ela deixara a pequena cidade do interior um ano depois, quando recebeu uma proposta de emprego, nada que a fizesse se sentir rica, mas o suficiente para se manter em uma cidade diferente. Ela arrumou coragem e foi, morou em republicas, dividiu apartamentos, atrasou a mensalidade da faculdade, ficou meses sem ir a baladas ou se dar o luxo de comer pizza.
‘Mas três anos se passaram desde então’, ela riu.
Hoje, ela morava em um apartamento confortável, ganhava o suficiente para viver bem, dentre os limites da economia e já terminara a faculdade. Isso a fez com que se lembrasse de sua formatura, convidou apenas seus pais, irmãos e cunhadas, o suficiente para se sentir feliz.
Claro que nem tudo pode ser perfeito. Ela morava bem, ganhava bem e tinha um bom emprego. Ia para as baladas com os amigos (bebia moderadamente comparando-se com os tempos difíceis), mas seu coração ansiava por um amor, como aquele que teve que a fazia sentir-se nas nuvens, o coração palpitando, sorrindo... mas ao mesmo tempo querer um amor como aquele a trazia medo, afinal, não teve um final feliz.
Ela se lembrava de cada discussão ao celular, de cada encontro surpresa pelas ruas e festas, de cada exposição idiota para chamar a atenção, de cada palavra que feria seu coração. Mesmo pensando nisso em raras ocasiões, ela jamais conseguiu esquecer.
‘Se um dia eu puder esquecer...’cochichou para o silencio.
Ela levou sua caneca ate a cozinha, dirigiu-se para seu quarto, olhou para sua cama de casal vazia, suspirou e deitou-se. Adormeceu rapidamente, para poder se encontrar logo com ele, o causador de suas maiores dores e angustias, o amor de seus sonhos, aquele que mesmo abandonando-a em vida era completamente presente em seus sonhos.”

Por Laísa Ramos

Espero que tenham gostado da poesia acima, ela foi escrita pela Laísa Ramos, minha mais nova parceira no blog, deixo aqui registrado meu BEM VINDO LAÍSA, que essa nossa parceria nas poesias sejam duradoras.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Um rumo diferente

O vento vem rodopiando, suave
Aquela brisa quente
Típica de verão ao anoitecer
E assim vou seguindo
Sem me preocupar
Sem saber onde vou parar
Apenas seguindo

Eu precisava me sentir vivo
Eu precisava me jogar ao vento
Mudar a trajetória
Mudar toda a história

O vento vem rodopiando, suave
Com aquele leve cheiro das damas da noite
E assim o sol vai se despedindo do mundo
E a leveza toda conta de mim
Como a mais doce canção já tocada
Como o mais apaixonante beijo
Vou seguindo
Sem destino

Eu precisava me sentir vivo
Eu precisava me jogar ao vento
Mudar a trajetória
Mudar toda a história


O vento vem rodopiando, suave
Em um horizonte desconhecido
Em um horizonte imperfeito
Em mais um cair da noite
E o mundo vai se enchendo de cores
Se enchendo de euforia
Se enchendo da imperfeita alegria
E assim eu vou seguindo
Sem destino

Eu precisava me sentir vivo
Eu precisava me jogar ao vento
Mudar a trajetória
Mudar toda a história

TRILHA SONORA PARA LER:
http://migre.me/1RxtK

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Um Amor Verdadeiro [Reposting]

Um verdadeiro amor
Que enche meu espírito de paz
Que faz tudo ficar belo
Que faz tudo ficar maravilhoso

Um verdadeiro amor
O mais puro e selvagem sentimento
Que ninguém controla
Que ninguém entende
Mas que vive dentro de cada um
Muitas vezes adormecido
Mas nunca morto

Um verdadeiro amor
Que sobrevive ao tempo
Que quebra barreiras
Que uni e separa pessoas
Mas que nunca deixou de ser amor

Um verdadeiro amor
Nunca nos abandona
Um verdadeiro amor
Nunca nos trai
Um verdadeiro amor
Vive para sempre
No corpo
Na alma
No coração

Um verdadeiro amor
Nem o tempo consegue apagar
Pois nunca...nunca vai deixar de ser amor

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Infinita tristeza [Reposting]

Infinita tristeza

Estou perdido na infinita tristeza
Estou preso entre dois mundos
Perdido, vagando
Entre o certo e o errado
Entre a realidade, e a ilusão
Estou sozinho
Em pura desolação

Não ouço nada
Mas talvez não se tenha nada para escutar
Pois tudo esta tão monótono
Claro demais
Vazio

Estou perdido na infinita tristeza
Estou entre a vida e a morte
Mas talvez os dois sejam um só
Com o mesmo propósito
E tudo que sinto é essa dor
Que me leva a lugares nunca vistos
Nunca imaginados, nunca tocados

Estou perdido, vagando
Sorrindo, chorando
Estou entre a guerra e a paz
Entre a doença e a cura
Entre o céu e o inferno

Estou na infinita tristeza
Perdido
Me encontrando

Tudo é opaco
Sem som
Sem movimentos
Tudo é vivo e morto
Perdido na infinita tristeza

Obs: Essa foi a Poesia que deu o nome ao blog

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Através dos raios do sol

Através dos raios do sol

Através do vidro eu vejo uma vida perfeita
Que não é a minha
Vejo sorrisos
Vejo momentos
Que não são meus
E cada sentido meu é intensificado
Mas dentro de mim não tem nada para re-organizar

Através do vidro ela tentou me tocar novamente e se queimou
Eu continuo em chamas
Uma autocombustão instantânea
Sem explicação
Movida pelo silêncio
Movida pelo vazio

Através do Sol
Eu queria sumir, desaparecer, deixar de existir
Em um vazio infinito, em uma sensação de paz eterna
Através do Sol

Por de trás do vidro o tempo voa
E as imagens vão passando, borradas
Sem foco
Sem som
Um jogado de imagens sem sentindo

Por de trás do vidro ela tentou me salvar novamente
E se feriu profundamente
Eu continuo em chamas
Queimando tudo ao meu redor
Deixando um rastro de cinzas
Deixando um rastro de vazio

Através do Sol
Eu queria sumir, desaparecer, deixar de existir
Em um vazio infinito, em uma sensação de paz eterna

Através da Luz
Eu queria coexistir
Em um vazio infinito
Em uma paz eterna
Através dos raios de Sol

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Isso era para ser fácil

Me levanto sonolento
E nada parece ter mudado
Olho pela janela e vejo um mundo em movimento
Um movimento que não pareço fazer parte
Um tempo diferente do meu
E isso era para ser fácil

Ligo a TV e tudo que vejo é morte, fome, doença
Só vejo pessoas a cada dia menos humanas
Num mundo onde pareço não pertencer
Uma realidade distante
Um sentimento diferente do meu

E isso era para ser fácil
Ser alguém
E isso era para ser fácil
Não parecer não ser o bastante
era para ser fácil

Olho para o céu procurando uma explicação
Tentando lembrar o que você queria que eu dissesse
Tentando lembrar o que você queria que eu fizesse
Pois a arma não está em nossas mãos
Mas está engatilhada e apontada para nossas cabeças

E isso era para ser fácil
Ser alguém
E isso era para ser fácil
Fazer a diferença
E isso era para ser fácil

Viver em um mundo em movimento
Onde o movimento eu não pertenço
Era para ser fácil
Viver em um tempo diferente do meu
Era para ser fácil
Ter uma casa, mas não ter um lar
Era para ser fácil

Mas um dia eu terei uma chance
Um dia eu serei alguém
Um dia...um dia...

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Olhando para trás

Hoje olho para trás
E vejo tudo que me aconteceu
Tudo que deixou de acontecer
Vejo nitidamente a estrada que me trouxe até onde estou
E antigamente era tão angustiante não saber onde eu ia chegar

Hoje olho para trás
E me surpreendo ao ver o quanto mudei
Ao ver no que me transformei
Olho para trás e vejo as pedras que desviei
As muralhas que escalei
Os paradigmas que quebrei

Hoje eu agradeço
A tudo que se foi
A tudo que há por vir
Agradeço a todas as vezes que cai
Todos os machucados que sofri
Que me fizeram mais forte
Que me fizeram chegar onde estou

Hoje olho para trás
E vejo como tive uma vida boa
E como me importava com pouco
Vejo as pessoas que se foram
As pessoas que vieram
As que marcaram
E as que de nada me lembro

Hoje eu agradeço
A tudo que se foi
A tudo que há por vir
Agradeço a todas as vezes que cai
Todos os machucados que sofri
Que me fizeram mais forte
Que me fizeram chegar onde estou

Hoje olho pra trás
E vejo que os problemas de hoje são tão maiores quanto antes
Mas pouco me importo
Já não acho que vou morrer por isso
Pois sei que não vou parar por causa deles
Olho pra trás
E sei que ainda tenho muito a melhorar
Pois sempre em ponto de evolução

Hoje eu agradeço
A tudo que se foi
A tudo que há por vir
Agradeço a todas as vezes que cai
Todos os machucados que sofri
Que me fizeram mais forte
Que me fizeram ser o que sou hoje

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Vivendo entre bonecos

Suas articulações são limitadas
Suas feições soam quase verdadeiras
Tentando se passar por algo real
Algo de carne e osso
Algo humano

Sua beleza é algo fora do comum
Quase angelical
Quase perfeita
Mas eu já não me deixo enganar
Já aprendi da pior maneira

Bonecos serão sempre bonecos
Sem sentimentos, sem valores
Vivendo por viver
No meio de tanta sua futilidade
Bonecos serão sempre bonecos

Suas vidas se baseiam no ter, no ser
Ostentando uma imagem perfeita
Tentando esconder
Suas vidas tão vazias
Sua tristeza infinita
Mas eu enxergo tudo
Eu vejo a podridão dentro de você
Por mais belo que seja o seu semblante
Não me engano mais

Bonecos serão sempre bonecos
Sem sentimentos, sem valores
Vivendo por viver
No meio de tanta sua futilidade
Bonecos serão sempre bonecos

Não deixarei suas mentiras me ferirem
Não deixarei vocês me moldarem
Eu nunca serei como vocês
Pois eu sou de verdade
Eu sou real

Bonecos serão sempre bonecos
Sem sentimentos, sem valores
Vivendo por viver
No meio de tanta sua futilidade
Bonecos serão sempre bonecos

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Olhe Através

Olhe dentro de meu olhos
Olhe através da minha alma
Olhe através do meu coração
E talvez você sinta o que eu sou
O que fui, e o que deixei de ser
Olhe e sinta meu ódio
Minha raiva
O lado negro da minha alma

Olhe dentro de meus olhos
Olhe através da minha alma
Olhe através do meu coração
E talvez você entenda
O que se passa
Talvez você sinta a minha dor

Olhe dentro das sombras
Olhe nos lugares abandonados
Olhe com olhos negros
E você me achará
Pois a escuridão é o meu lar

Olhe dentro da morte
Olhe com olhos de ódio
E você me verá
Pois o ódio é que me mantém em pé
Que me mantém vivo
Que me esquenta
Que mantém meu coração pulsando

Olhe dentro do vazio
Olhe dentro da podridão
Olhe com olhos de desprezo
E você não mais me verá
Pois você verá seu próprio reflexo

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Meu inimigo invisível

Ele me persegue com os olhos
Onde quer que eu vá
Invisível como o vento
Perspicaz como uma lebre
Está sempre a me seguir
Dia ou noite
Esperando por um deslize
Esperando o momento certo

Ele me persegue
Como uma sombra
Como um caçador
Mas eu vejo a chama da raiva no reflexo dos seus olhos opacos
Sempre à surdina
Sempre a me olhar

Meu inimigo
Meu doce desafiante
Invisível como o vento
Mortal como uma faca

Ele me estuda
A cada segundo que se passa
Como um cientista maluco
Observando minhas fraquezas
Rascunhando a armadilha
Esperando pelo momento certo

Meu inimigo invisível
Meu doce desafiante

Ele acredita controlar a situação
Me rastreia
Tentando saber todos os meus passos
Minando meu caminho

Meu inimigo
Meu doce desafiante
Invisível como o vento
Mortal como uma faca

Ele me persegue
Mas eu percebo a sua presença
Eu sinto seus olhares percorrendo meu corpo
Meu inimigo invisível
Minhas defesas estão em pé
A sua espera
Meu doce desafiante
Você está tão cego
Acreditando ser tão bom no que faz
E essa será a sua ruína
Pois como quem não quer nada
Como uma flecha no escuro
Eu revidarei
Eu revidarei

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Tão Triste [Reposting]

Tão triste
Que a tristeza ecoa
Pela casa vazia
Tão triste
Que a tristeza reflete nas pessoas
Nas coisas
Uma mistura de silêncio e solidão

Tão triste
Que a tristeza ecoa
Pelos lugares cheios
Tão triste
Que a tristeza reflete no sol
Na lua, nas estrelas
Um sentimento de nada
De vazio intenso
Infeccioso como um câncer
Tirando a felicidade de tudo

Tão triste
Que a tristeza reflete
Nas rosas, no vento
Tão triste
Que a tristeza ecoa
Dentro de mim
Como se fossem gritos de agonia
Corroendo meu coração
Corroendo o resto de vida que ainda sobra

Tão triste
Que a tristeza ecoa
Ecoa ecoa
E tudo Tão triste
Tão triste

terça-feira, 22 de junho de 2010

A lição que eu nunca aprendi

Chega
Eu disse chega
Quando ela me olhou nos olhos
E viu minha alma inflamada
Gritando por liberdade
E ela sorriu quando viu meu verdadeiro eu
Aprisionado
Revolto nos próprios demônios
Como palavras cruzadas

Chega
Eu disse chega
Quando ela me mandou sorrir sem ter vontade
Eu disse chega
Enquanto ela tentava me fazer de boneco
Mas eu dei um basta nisso
Me libertando
Deixando a mascara cair

Chega
Eu disse chega
Enquanto ela tentava entrar na minha mente
Isso não é o bastante
Eu sou mais que isso
Eu disse chega
Enquanto ela tentava me fazer ser o que eu não era
Me cortando em retalhos
Me montando e remontando
Mas eu nunca serei o que você espera de mim

Chega
Eu disse chega
Mas ela é como o sal nos meus olhos
Me cegando
Me despindo
Me matando

Chega
Eu disse chega
Mas ela sorriu enquanto me ouvia falar
Eu não serei seu escravo para sempre
Eu NÃO serei seu escravo para sempre

Chega
Eu disse chega
Então explodi meu espírito por toda a sala
Me matando
Me curando
E no final eu pude ouvir nossos corações chorarem juntos
Mas essa foi a lição que eu nunca aprendi

Yes Bullying

Me trate como você sempre me tratou
Como um lixo
Eu sou um nada
Uma pessoa esquecida, uma pessoa maldita
Vocês sempre me apedrejam
Sempre me excluem porque não sou como vocês
Sou diferente
Me trate como você sempre me tratou
Como um verme
Como um monstro
Porque talvez eu seja mesmo
E tudo que eu sinto é dor
Porque sou diferente
Porque não sou como vocês
Sou sempre o esquecido
O excluído, o chato
Vocês estão me matando
Mas um dia eu vou matar vocês
Todos vocês
Me trate como você sempre me tratou
Com nojo, com indiferença
Me apedreje, me corte em pedaços
Me apedreje
Trate-me como sempre me tratou
Porque tenho meu jeito
Porque sou reservado
Vocês me perseguem como um rato
Tentam me exterminar como se fosse uma praga
Tentam matar minha alma, destruir meu coração
Trate-me como você sempre me tratou
Como um bicho, como alguém sem coração
Como raiva, ódio
Me apedreje, me mate
Corte-me em pedaços
Me apedreje
Me trate como você sempre me tratou
Mas um dia eu vou matar vocês

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Fragmentos de um ser incompleto

Mesmo após todo esse tempo
Percebo que nada mudou
E no meu interior
É como se existisse uma guerra
Entre vários de mim mesmo
E me sinto tão desnorteado
Pelo barulho das bombas
Que se tornam mais destruidoras a cada explosão

Mesmo após tanto tempo
Percebo que ainda não sei quem sou
Que vivo entre cacos
Entre fragmentos de um ser incompleto
Perdido, ofuscado
Mesmo estando sempre em busca da luz
E me pergunto
Que luz é essa?
Você consegue ver?
Aonde esse caminho árduo vai me levar?

Mesmo após tanto tempo
Percebo que por todos esses anos passados
Eu apenas fui indo, indo, indo
E aonde cheguei?
O que me tornei?
Se a sede por mais nunca cessa
E o sentimento de vazio nunca passa
Mesmo após cada conquista
Mesmo após cada derrota
E me pergunto
Onde estão os meus pedaços que faltam?
Perdido entre sorrisos e tristezas?
Perdido entre anjos e demônios?
Entre a luz e a escuridão?

Mesmo após todo esse tempo
Percebo que nada mudou no meu interior
Apenas o reflexo no espelho
De resto nada mudou

Sublimação

Queria ser o gás do pânico
Para poder me atirar ao vento
Me perdendo
Invadindo e preenchendo cada pulmão ao meu redor
Penetrando no interior de cada ser 

Queria ser o gás do pânico
Perder essa forma humana
Desfigurando-me pouco a pouco
Em plena sublimação
Para que todos meus inimigos saibam meu nome
Para quando me virem batendo na porta
Caíam de joelhos rezando
Pois o pânico chegou
Hora de cantar pela sua alma 

Queria ser o gás do pânico
E me atirar ao vento
Contaminado a tudo e a todos
Fazendo explodir uma multidão
Para que os gritos atigam o céu
Em plena sublimação 

O pânico chegou
Para que todos meus inimigos saibam meu nome
O pânico chegou
Para destruir a razão hipócrita
O pânico chegou
Para que os gritos ecoem no céu
Em plena sublimação 

Queria ser o gás do pânico
Para pelo menos uma vez
Fazer com que todos sintam
O que eu sinto 

O pânico chegou
Hora de cantar pela sua alma